“É natural que todos os dias chegue do interior um telegrama alarmante denunciando o recrudescer do verão bravio que se aproxima. Sem mais o antigo ritmo, tão propício às culturas, o clima de São Paulo vai mudando.
Não o conhecem mais os velhos sertanejos afeiçoados à passada harmonia de uma natureza exuberante (...), de modo a permitir-lhes fáceis previsões sobre o tempo. As suas regras ingênuas enfeixadas em alguns ditados que tinham, às vezes, rigorismo de leis falham-lhes, hoje, em toda a linha (...)”.
Assim começava o texto Fazedores de Desertos, de Euclides da Cunha, publicado pelo Jornal O Estado de São Paulo de 22 de outubro de 1901.
Apesar de as palavras serem escritas em português antigo, dá para entender bem o que estava acontecendo há mais de um século.
Desde aquela época, os problemas de meio ambiente alarmavam as pessoas, mas parece que ninguém aprendeu, continuamos a jogar lixo em qualquer lugar e não pense que é só o lixo que traz problemas para o nosso meio.
Meio ambiente não são só as florestas e animais, dele também fazem parte todos os espaços que utilizamos, casas, ruas, praças, estradas...
É interessante como ninguém joga lixo na sala de casa, mas na rua... é outra história.
E... aquela pessoa que gosta de colocar o som do carro no último durante as madrugadas, mesmo sabendo que as pessoas estão cansadas e tentando dormir, mas e daí? eu quero mostrar o “sonzão” que eu tenho. A poluição não é só a fumaça, mas som alto é poluição sonora, pixação é poluição visual, entre outros exemplos...
Mas as situações de desagravo ao meio ambiente não param por aí. Há algumas semanas O ALFINETE divulgou o caso de um trailer abandonado, mas não era só ele que estava ao léu. Existem alguns carros estacionados há tanto tempo em algumas ruas da cidade que estão juntando lixo e mato por baixo.
Enquanto muitos municípios aprovam leis que proíbem a queima do lixo, em Pirajuí não é díficil ver no bolsão de galhos na Vicinal Anibal Haman, fogo e fumaça no decorrer da semana. Além disso, a poda feita pela prefeitura em muitas árvores na cidade mais parece a tentativa de cortá-las. Aliás, este serviço de poda segue algum critério ambiental? Quem orienta?
O que se pode fazer é começar um trabalho por nós mesmos. Evitar o desperdício, cobrar ações que minimizem os problemas gerados e assim, deixar algo de nobre para as próximas gerações. Pelo menos o exemplo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário