quinta-feira, 23 de junho de 2011

Um dia...

Depois de muito tempo
sem tocar uma canção
senti meus dedos
dedilhar meu vilão

Quando já ia parar
comecei cantarolar
e vi que foi saindo
lindas coisas ao luar

São noites tão bonitas
nesta terra que nasci
uma cidadezinha
a pequena Pirajuí

Aqui ,tudo parece
não ter mudado muito
apesar de ter passado
vários anos neste mundo

Se ainda não conhece
passe aqui pra você ver
os dias são agradáveis
céu azul e muito verde

A noite tem luar
os bichos a cantar
carros de som a passar
e estrelas a brilhar

Karina Moreti

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nair Boaretti

Em 2000, enquanto fazia faculdade de jornalismo, tive a oportunidade de entrevistar uma das maiores personalidades católicas de Pirajuí. Por se tratar de um perfil, algo bem diferente das matérias escritas nos jornais, pode ser que algumas pessoas estranhem, mas fica aqui minha homenagem a esta grande e saudosa amiga.

Um exemplo de vida

Depois de esperar o dia todo, eu a encontrei em casa. Tinha acabado de chegar de mais uma de suas reuniões. Aos 70 anos, Nair Boaretti, tem uma disposição de um jovem de 18. Solteira, mas realizada, afirma: “Eu já casei com Jesus”, vive a todo momento rodeada por pessoas que precisam de ajuda e de suas orações.
Contou-me com muita alegria fatos de sua vida e com lágrimas nos olhos a saudade que sente da mãe já falecida, a quem deve muito, “Ó mãezinha bendita! Como ela me incentivou!”, exclama quase chorando.
Nascida em Mineiros do Tietê, no sítio de seus avós, no tempo de parteira, passando morar algum tempo depois em Jaú, chegou aos sete anos a Pirajuí, cidade onde se criou e a tomou com o coração, “Me sinto mais pirajuiense do que mineirense tieteense”, afirma sorrindo. Formou-se em corte e costura aos 15 anos, e lembra-se que aos 16 fez um lindo vestido de noivas para uma moça que tinha 20 anos. “Ela era muito alta, e eu era pequena e magrinha, e isto me dificultava o trabalho”, conta. Trabalhou por muito tempo e como havia parado de estudar na quarta série do primeiro grau, voltou a estudar e fez o madureza, hoje o supletivo, “Era uma dureza cursar o madureza”, brinca.
Em 1970, começou a lecionar na Usina Miranda (extinta usina de café de Pirajuí), deu aulas no parque infantil e no supletivo foi professora durante 15 anos. “No começo, era para pessoas adultas e depois para os jovens que deixavam de estudar aos 14 anos”, conta. Mais tarde, deu aulas na Escola Doutor Pedro de Toledo Pizza, que fica próximo a sua casa. Em 1993 se aposentou como professora.
Durante toda sua vida, foi uma pessoa religiosa. Hoje, trabalha com quase todas as pastorais e movimentos da Igreja Católica, mas o que mais a comove é o trabalho com os pobres.
Sentada na sala de sua casa e emocionada pelos fatos recordados, perguntou-me por que eu a tinha escolhido, e eu a expliquei, ela me agradeceu: “Obrigada pela oportunidade que você me deu”. E eu posso entender o porquê, muitas pessoas que trabalham com ela na paróquia não lhe dão o valor que ela merece.