sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Editorial 29/08/2009


O médico era um homem sereno, tranqüilo, que gozava de grande reputação. Vivia, entretanto, um outro ser dentro dele, dividindo o mesmo corpo. Este era medonho, deixando um rastro de pavor e repulsa por onde passava. O médico descobriu a poção mágica do poder, que poderia separar ambos, dando vida a um novo indivíduo, formado unicamente pelas características ruins da dupla personalidade. A impunidade, já que o monstro poderia virar médico a qualquer momento, era um convite ao crime. Desde então, ficara cada vez mais difícil controlar a fera.


Isto parece ficção, mas infelizmente não é. Tal como “O médico e o Monstro” obra literária de Robert Louis Stevenson, a vida parece copiar a arte, através do médico Roger Abdelmassih que está sendo acusado de estuprar mais de 50 pacientes. Já que, com a nova lei, todos os atos sexuais não autorizados pelo outro serão considerados estupro.


Segundo o site do G1, o especialista em reprodução humana mais conhecido do país, foi preso de surpresa, quando chegava à sua clínica em um bairro nobre de São Paulo.


E se isto deixar de ser uma exceção e começar a ser uma regra, bom... nem quero pensar nisto.
Tivemos um caso aqui em Pirajuí, em que um médico foi acusado de atentado violento ao pudor, porém até hoje nada confirmado. O médico pode estar doente, sua vida é estafante e isso pode estar prejudicando seus atos, mas também pode estar usando isso de justificativa para se ver livre das acusações.


Abdelmassih que já foi condecorado com o Título de Cidadão Paulistano, hoje, sofre com a tentativa de sustação do prêmio.


O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) abriu 51 processos ético-profissionais contra o médico. De acordo com a assessoria de imprensa do Cremesp, a abertura dos processos foi decidida na sexta-feira (7), em reunião plenária do conselho. Os processos, todos individuais, estão relacionados a cada uma das vítimas que apresentaram denúncia ao Cremesp.

Esperamos que, pelo menos desta vez, a justiça seja feita! Mesmo que isto signifique a comprovação da inocência do médico.

Um comentário:

Karla disse...

Realmente foi um horror essa historia, infelizmente a cada dia que passa vemos mais e mais o lado monstro do ser humano...