segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Amar simplesmente...










O amor é o sentimento mais nobre que o ser humano pode cultivar dentro de si.
O amor rejuvenesce, nos dá leveza ao pensamento e à alma. Uns dizem que ele faz bem ao coração, outros que ele aperta e faz doer no mais profundo do ser.
Ele, o amor, nos faz poeta, profeta, vidente, nos faz contente, nos deixa ausente.
O amor nos faz astronauta, passamos a admirar a luz, brincar com a estrela e imaginar o universo, nos faz acreditar que é possível oferecer o céu à pessoa amada.
É fácil amar quando ainda temos a fantasia de uma criança e sonhamos com castelos e dragões, princesa e vilões... Não importa: seremos sempre o mocinho.
O amor inspira a vida a dois, que tem muitas torcidas, nos faz ouvir a melodia do mar, o assobio do vento e admirar a coreografia da borboleta, sempre em harmonia com as flores.
O amor nos faz perder o medo e ao mesmo tempo nos leva a perda da sanidade.
Sentimos um calafrio ao ver a foto da pessoa amada, isso nos faz sentir nostalgia.
É muito bom amar, mas para isso tem que ter o querer dos dois, se esse querer é apenas de um, não há fantasia e nem magia. Poderá existir apenas apelação e negação... Não se pode negar um amor, não importa a denominação que ele tenha, ele sempre será amor: sentimento nobre. Pode ser proibido, reprimido, escondido ou escancarado... O mais importante é o resultado para os dois, que são os atores principais dessa harmonia entre a alma e o corpo que se entrelaçam levando ao prazer supremo, a magnitude do amor!!! 
Amor é respeito à decisão de quem amamos, é renuncia quando precisamos ou somos obrigados, sem direito a se justificar. Quando não há o desejo dos dois é impossível lutar.
Não temos culpa se é certo ou errado, pode ser vivido ou negado, mas não precisa denominar nem machucar quem ama; como se amar fosse pecado!!!! Não podemos negar que quem nos fez foi por amor e mesmo assim “errou” quando nos limitou quanto à forma de amar.   
Tire-me da sua vida quando quiser e me chame à hora que puder, enquanto isso continuarei te amando... Não sei brincar só!!!!


Miguel Peixoto

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Amor x Paixão

Descobri uma coisa maravilhosa... existem dois sentimentos que sempre são confundidos o Amor e a Paixão. Os dois quando andam juntos são maravilhosos. Amor é com Paixão, melhor: Amor é Compaixão. 
Agora quando estão separados, a coisa muda, pois a paixão aprisiona, quer só pra ela é egoísta e ciumenta. 
Mas o Amor, ah, o Amor ele é tão pleno em si, é tão absoluto, que por amar deixa ir e se alegra, até é feliz pela felicidade do outro.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Qualquer semelhança é mera coincidência...

        Durante a idade média, entre várias colinas verdejantes e casas feitas de pedras, crescia um casal de crianças. Ele, filho de nobres. Ela, apenas uma pequena camponesa. Juntos descobriram na Amizade e no Amor o ponto de sua união.
Foram crescendo e ele, mesmo sabendo o quanto o pai odiava sua Amizade e sabendo das promessas feitas, continuava visitando a vila. Tudo o que aprendia compartilhava com a amiga que se alegrava em escrever ou desenhar as coisas do dia a dia. Seus horizontes cada vez mais se abriam, sabiam que aqueles momentos logo lhes seriam tirados, por isso aproveitavam cada instante como se fosse o último.
Passaram-se os anos, ele foi obrigado a ir embora. Precisava terminar os estudos, a mãe o prometera à Igreja quando nascera. Seria sacerdote.
A pequena camponesa continuou seus afazeres, não tinha mais o amigo com quem compartilhava as tardes quentes de verão sob as árvores. E no inverno não teria mais o ombro amigo e a conversa animada juntamente com uma xícara de chá. A única coisa que sabia é que nunca seria esquecida e este Amor a alimentava.
Foi numa tarde de primavera, enquanto recolhia algumas roupas no quintal que tudo mudou. 
Uma onda de alegria invadiu seu coração ao saber que o amigo estava voltando, mas ao mesmo tempo o terror e a dor assolaram seu corpo, sabia que não mais veria os prados e campinas que conhecia desde a mais tenra idade, o sol não mais nasceria frente aos seus olhos. Tornara-se escrava, agora ficaria presa, talvez por toda a vida, em uma cozinha sem janelas, no fundo do castelo. Foi levada aos trancos e bofetadas. Apanhou até suas forças não poderem mais. O lugar era escuro e quente, as únicas luzes que se viam eram as chamas dos fogões que como bocas do inferno não paravam de arder dia e noite e alguns lampiões. 
Os anos para ele também não foram fáceis. No seminário via nos companheiros falsidade, desejo de riqueza material, perversidade, tudo ao contrário do que havia vivido nas terras distantes de seu pai.
Mas estava certo que sua vocação, mesmo sendo imposta pela mãe, superaria tudo. Aprendera como lidar com tudo aquilo, mesmo sentindo um forte desejo de voltar para casa e reencontrar a amiga. 
Anos se passaram. Agora estava formado. Voltava para o seio de sua terra natal Consagrado. Deveria participar das Cruzadas, coordenar tropas, vencer os turcos muçulmanos e devolver a Terra Santa à Igreja.
Voltando para casa não via a hora de poder abraçar e contar tudo o que tinha se passado para sua amiga, mas ao chegar à vila não a encontrou, procurou por todos os lugares, ninguém sabia de seu paradeiro. Conversava com todos, será que ela conhecera alguém, se encantara e tinha ido embora?
Chegando em sua casa, foi recebido com festa, os melhores animais do pai tinham sido preparados para o banquete, vinho da melhor qualidade. A mãe não se aguentava pelo esplendor imaginário que via no filho. Enquanto isso a camponesinha se virava para preparar tudo o que seria servido.
Durante o período de sua prisão ela tinha apanhado e sido violentada pelos guardas da casa, ameaçada várias vezes não viu alternativa, deveria fazer tudo o que lhe era mandado.
Perguntado, o pai disse que a camponesa tinha ido embora com um viajante e que nunca mais teve notícias. O coração do rapaz ficou aos pedaços, mas uma esperança ainda brilhava. Com tanta comida e bebida, logo seria fácil ter as informações corretas, alguém deixaria escapar.
E assim aconteceu, tarde da noite, vendo que muitos dormiam embebedados sobre mesas e cadeiras, questionou um guarda que entre soluços respondeu que ela estava prisioneira na cozinha do castelo.
Correu o mais que pode, pois não podia aceitar aquela situação, mas lá dentro nem todos estavam embebedados e os guardas que tinham ordens de não deixá-lo passar pelos corredores que davam à cozinha, tentaram de todas as formas detê-lo.
Lutou muito. Arranhões e estocadas foram recebidas de todos os lados, mas os anos o haviam ensinado a se defender, o seminário também ajudou nisso. Eram muitos os guardas, mas ele foi vencendo-os um a um, até chegar a porta da cozinha. Entrou, mas lá dentro as coisas ficaram piores. Ela estava muito machucada, mas ao ver o amigo correu para seus braços, a fim de um caloroso abraço que não chegou a receber. 
O pai tinha se preparado para qualquer eventualidade. Um de seus melhores homens estava guardando-a. Ele não pensou duas vezes e ao ver o estava acontecendo, saiu da escuridão e a atingiu sem nenhuma comoção. Ela caiu, o jovem padre não pensou, matou o guarda, mas não teve como salvar a amiga, que morreu em seus braços com um lindo sorriso e a alegria de saber que ele a libertara.